Este trabalho buscou investigar a inserção da musicoterapia no contexto da Reforma Psiquiátrica Brasileira. Buscou-se compreender os desafios e as possibilidades da musicoterapia superar o paradigma biomédico e funcionar enquanto ferramenta de atenção psicossocial e produção de saúde mental coletiva. Foi realizada uma revisão integrativa de estudos publicados entre os anos de 2001 e 2018 que tinham como escopo intervenções de musicoterapia nesse contexto. Foram selecionados treze artigos, que foram analisados conforme espaço ou serviço de inserção da musicoterapia. Verificou-se que, no âmbito do hospital psiquiátrico, é um desafio para a musicoterapia funcionar enquanto ferramenta de desinstitucionalização. Mesmo assim, surgem possibilidades de intervenções não balizadas no modelo biomédico. Já no contexto dos CAPS, surgem aberturas para a musicoterapia relacionar-se com outros núcleos profissionais, o que traz o desafio da quebra da centralidade do saber médico, e da articulação dos saberes específicos da área neste contexto. Outra possibilidade surgida foi a criação de grupos musicais, que incorporaram uma dimensão estética às intervenções terapêuticas, possibilitando uma real inserção social dos usuários. Também se verificou a inserção da musicoterapia na comunidade, enquanto estratégia de promoção de saúde mental. Conclui-se que a inserção da Musicoterapia na Reforma Psiquiátrica Brasileira acontece de variadas formas, e é acompanhada por diversos desafios para sua ampliação.
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