Como se inventa uma profissão? Como um coletivo produz esse tipo de emergência em uma rede sociotécnica? Quais seriam os actantes, os agenciamentos e as controvérsias envolvidas? Partindo de uma das maiores materialidades dessa rede, o Projeto de Lei 0025/2005, pretendemos mapear controvérsias, inscrições, porta-vozes e todos os dispositivos necessários para as contendas e disputas que performam o coletivo - musicoterapeutas. No que tange a profissão de musicoterapeuta, a porta de entrada, pelo meio e não pelo fim, como sugere Latour, nos leva a acessar o documento do Projeto citado, cujo texto e sua própria confecção são fontes de eventos controversos que nos mostrarão a reconfiguração rizomática e dinâmica do grupo ao qual queremos chegar. Quando os grupos se formam e se intitulam “categoria”, “classe” ou “profissão”, seus porta-vozes estarão dispostos a defini-los, mesmo que de forma precária: fronteiras, qualificações, reservas de mercado e jargões, marcando um território com sentido de tornar suas produções um pouco mais duráveis, até tornar o grupo inquestionável.
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