O caráter dinâmico e complexo das inter-relações territoriais e sonoras contemporâneas do bairro da Rocinha, no Rio de Janeiro, demanda investigações contínuas a respeito da forma em que se encontram estruturadas e nos leva a problematizar a partir da relatividade dos movimentos dialógicos do homem com seu ambiente acústico. As relações sócio-culturais que envolvem as práticas musicais nas perspectivas antropológica, política e comunicacional das trocas e interações simbólicas são percebidas na construção de uma paisagem sonora peculiar podendo ser abordadas tanto sob a ótica da musicoterapia como prática ecológica quanto sob a ótica da etnomusicologia na pesquisa-ação-participativa. Uma ambiência acústica densa constituída pelo imbricamento de influências históricas, étnicas e estilísticas possibilita também a percepção sobre uma construção sonora capaz de causar impressões neurológicas e reações fisiológicas que podem, possivelmente, influenciar o ritmo circadiano humano naquela região.
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