Crianças e adolescentes com deficiência múltipla frequentam os Centros Educacionais-Terapêuticos por indicação médica para substituir as escolas especiais, devido à complexidade de suas condições. Muitos têm Necessidades Complexas de Comunicação e traqueotomias. Os espaços de música são administrados por musicoterapeutas em sessões em grupo e individuais. Apresenta-se a experiência em um CET da província de Buenos Aires, Argentina. Como a traqueostomia afeta a capacidade de fonação, o trabalho vocal se transforma de acordo com as possibilidades de cada criança ou adolescente. Desenvolvimento: A voz visa otimizar a comunicação. Foram geradas explorações lúdicas e improvisações sonoras durante as quais crianças e adolescentes descobriram sons orais que podiam produzir. Resultados e discussão: Foram recuperados sons orais que eram capazes de produzir mesmo que não fossem fonados. O riso gerou um efeito estimulante, motivando-os a gerar respostas com a voz. Os sons que produziam tornaram-se mais significativos ao longo das semanas. Conclusão: A comunicação resultante possui características não verbais e os sons não fonados produzidos podem ser incorporados ao repertório comunicativo. Levanta-se a possibilidade de que musicoterapeutas e outros profissionais possam iniciar tratamentos sem usar sua própria linguagem verbal quando a população com a qual trabalham não consegue decodificá-la.
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